quinta-feira, 20 de março de 2014

PF prende suposto líder de fraude bilionária

"Empresário é acusado de liderar esquema que sonegou R$ 1,6 bi dos cofres públicos; investigação durou dois anos Para delegado, crimes são cometidos por empresa de Sertãozinho desde 1984; Smar não comenta o assunto GABRIELA YAMADA A Polícia Federal de Ribeirão prendeu o presidente do Conselho Deliberativo da empresa de Sertãozinho Smar Equipamentos Industriais, Edmundo Rocha Godini. Ele é suspeito de liderar um grupo de empresários num esquema bilionário de sonegação fiscal, que causou prejuízo de pelo menos R$ 1,6 bilhão aos cofres públicos. A prisão aconteceu na madrugada de ontem, enquanto Godini estava na casa dele, no Jardim Recreio, em Ribeirão Preto. O grupo praticou crimes de naturezas tributária e financeira, de acordo com o Ministério Público Federal, como sonegação fiscal, descaminho, evasão de divisas e fraudes em exportações. “Este grupo comete crimes desde 1984. A ficha deles é um passeio pelo Código Penal”, afirmou o delegado da PF Paulo Vibrio Junior. Outras sete pessoas, entre empresários e diretores da Smar, estão sendo procurados pela polícia no Brasil e também no exterior. Ontem, a Folha não conseguiu contato com diretores da empresa ou advogados. Batizada de “Califórnia Brasileira” –em alusão ao apelido que Ribeirão Preto ganhou na década de 80–, a operação é resultado de dois anos de investigação do Ministério Público Federal, da Receita Federal e da PF. O grupo criou outras 30 empresas dentro e fora do país, por meio das quais supostamente fazia lavagem de dinheiro e evasão de divisas, além de ocultar os nomes dos reais proprietários. “Não se trata de uma simples inadimplência fiscal e sim de fraude tributária para ter caixa e domínio do mercado”, disse o procurador Uendel Domingues Ugatti. Segundo ele, o grupo subornava auditores da Receita Federal em aeroportos de São Paulo para subfaturar, em até 50%, as importações. De acordo com o procurador, há e-mails trocados entre eles que comprovam a liberação dos pagamentos aos agentes públicos. Com a concorrência desleal, a Smar se tornou líder no segmento de automação industrial, de acordo com dados da investigação. “Há história de prática criminosa por trás do sucesso da empresa”, afirmou Ugatti. No ano passado, a PF prendeu em flagrante dois funcionários da Smar no aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, sob a acusação de contrabando e descaminho. Eles haviam desembarcado com componentes eletrônicos norte-americanos sem o pagamento de Tributos."

Fonte: Folha de S.Paulo

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