quinta-feira, 3 de julho de 2014

Maquila é ponte para empresa da região virar multinacional

"Proposta paraguaia atrai interesse de empresários pela possibilidade de exportação para EUA e Europa com imposto menor A oportunidade de abrir uma filial no Paraguai por meio do Programa de Maquila não apenas cria a chance de reduzir custos de produção para empresários da região de Londrina, mas serve como atalho para ganhar mercado no exterior e atuar como multinacionais. O país que faz fronteira com o Paraná possui acordos de exportação com Estados Unidos e Europa com imposto menor, o que pode facilitar os negócios no exterior. A proposta de maquilas serve para atrair empresas estrangeiras para que instalem unidades por lá, mesmo que para beneficiar a produção parcialmente, antes de devolver os bens para os países de origem. No Paraguai, não há imposto sobre importação para operações de países do Mercosul, desde que agreguem um mínimo de 40% de valor à mercadoria no País, por meio de frete, aluguel, embalagem e consumo de energia, entre outros. O único tributo cobrado pelo governo é de 1% do que for movimentado. Ainda, é possível importar insumos sem impostos e, pelo fato de o Paraguai ter baixo índice de industrialização, há a facilidade de pagar taxas baixas de exportação. O vice-presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Londrina (Sindimetal), Ary Sudan, cita o exemplo da Marseg, que fabrica calçados de segurança industrial. “Quando é embarcado no Brasil para os Estados Unidos, há sobretaxa de 35% e, se sai do Paraguai, de 8%, devido aos acordos comerciais que eles têm”, diz. Os salários são semelhantes aos pagos no Brasil, mas os encargos somam 25% da folha ante 80% por aqui, diz Sudan. O custo de energia elétrica gira em torno de 35% do valor brasileiro e o tempo gasto para abrir ou fechar uma empresa não passa de um mês. Vantagens que geram interesse nos executivos de empresas como a MGL Mecânica de Precisão, de Cambé, e o Moinho Globo, de Sertanópolis. Para o diretor da MGL, Marcus Vinicius Gimenes, o foco não é tirar empregos e investimentos do Brasil, mas tirar parte da produção da região para dar competitividade ao produto nos mercados interno e externo. “Se antigamente pensávamos que apenas grandes empresas poderiam ser multinacionais, hoje fica interessante para as locais também.” Gimenes conta que há duas unidades de negócio da MGL, uma intensiva de mão de obra e a outra, de energia elétrica. “Parte do nosso negócio, que é a fundição, poderia ficar vantajosa lá pelo preço da eletricidade.” No caso do Moinho Globo, a empresa está em fase de ampliação das instalações em Sertanópolis, com produção que passará de 450 toneladas de trigo beneficiado ao dia para 600 toneladas. “Nosso foco é explorar o mercado interno, mas, por outro lado, o Paraguai pode ser uma porta de entrada para outros países”, diz o diretor geral da empresa, Paulo Florencio. Com pequena exportação para nações de língua portuguesa, ele conta que é possível ganhar mercado no Paraguai e em países vizinhos. “Não estamos falando de divisão, mas de sinergia, porque buscamos ampliar nossos mercados, e não de transferência da produção”, afirma Florencio."

Fonte: FolhaWeb

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